Familiares de Matteo Luiz Mariano Lanfredi Calejuri, de 1 ano e 6 meses, organizam uma passeata no próximo sábado, 27 de abril, a partir das 9h, para cobrar respostas sobre a morte da criança após atendimentos no Hospital Léo Orsi Bernardes, em Itapetininga. A concentração será na Praça Nossa Senhora Aparecida, com percurso até a Praça Peixoto Gomide.
O bebê morreu no dia 16 de abril. No mesmo dia, os pais procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim de ocorrência relatando suposta negligência médica. Segundo o pai, Matteo foi levado ao hospital pela manhã, com sintomas de dor abdominal e dificuldade para se alimentar. Após exames, recebeu alta com diagnóstico de gases. Horas depois, com agravamento do quadro, a família retornou ao hospital. Na segunda entrada, segundo o boletim, uma médica identificou sinais de apendicite aguda, mas a criança não resistiu.
A tia Giovanna Mariano afirmou que o menino sempre teve boa saúde. “Matteo nunca teve nenhum problema, comia bem, era ativo. Começou a se sentir mal no dia 15, pensamos que era algo passageiro, mas as dores e a ausência de urina e fezes nos deixaram preocupados”, contou. Ela afirma que a família quer justiça não só para Matteo, mas também para outros casos que envolvem falhas no atendimento médico.
Mariano também falou sobre o bebê. “Ele era muito alegre, vivia com os pais, acompanhava em tudo. Tinha medo de andar, então engatinhava de um jeito só dele. Era o nosso companheirinho”, relatou.
O hospital, por meio de nota oficial divulgada no dia 18, lamentou o ocorrido, mas informou que não pode divulgar detalhes por conta da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A direção técnica instaurou um processo investigativo interno. O médico responsável pelo primeiro atendimento foi afastado de forma imediata e sem remuneração.
A Prefeitura de Itapetininga informou que solicitou esclarecimentos à Beneficência Nipo-Brasileira, gestora da unidade. De acordo com relatório da diretoria, havia equipe médica pediátrica disponível e estrutura para exames e procedimentos no dia do atendimento. A ala pediátrica operava com 40% de sua capacidade.
A gestão municipal declarou que processos legais foram instaurados pelas secretarias de Saúde e Negócios Jurídicos, e que órgãos competentes serão comunicados conforme o andamento da apuração. A prefeitura também se solidarizou com a família e garantiu apoio durante as investigações.
A manifestação do dia 27 será pacífica e aberta ao público. Os organizadores pedem a presença de moradores da cidade e da região para reforçar o pedido por mais rigor no atendimento pediátrico e pela presença de profissionais especializados 24 horas por dia no hospital.