Um jovem de 18 anos foi resgatado de condições análogas à escravidão em Itapeva, no Vale do Ribeira, durante a Operação Resgate V, que ocorreu entre 15 de setembro e 15 de outubro. O trabalhador bebia água de um córrego utilizado por cavalos de um curral vizinho ao alojamento onde vivia.
A ação foi realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF). O jovem cultivava hortaliças e morava em um casebre improvisado com tapumes e madeiras compensadas, sem energia elétrica, rede de esgoto ou abastecimento de água.
O local, antes usado como depósito de ferramentas, possuía apenas dois cômodos e janelas quebradas. O trabalhador não tinha registro em carteira, nem equipamentos de proteção. O empregador firmou termo de ajuste de conduta (TAC) com o MPT e se comprometeu a pagar verbas rescisórias, indenização por danos morais e o retorno do jovem à cidade de origem, Ribeirão Branco (SP). O alojamento será demolido.
A Operação Resgate V, que envolveu 47 ações em 19 estados e no Distrito Federal, também libertou três carvoeiros em Capão Bonito, na região de Itapetininga. Eles viviam em moradias precárias e eram impedidos de sair da propriedade, que permanecia trancada com cadeado. Os trabalhadores pagavam do próprio bolso para se deslocar e para comprar equipamentos usados no trabalho.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, as ações demonstram a continuidade de casos de trabalho escravo no país e a necessidade de integração entre os órgãos públicos para garantir o resgate e a reparação das vítimas.




