Uma em cada cinco crianças e jovens de 8 a 25 anos apresenta sinais de possíveis transtornos mentais, segundo dados do sistema público de saúde do Reino Unido. A adolescência é considerada um período crítico para o surgimento desses problemas, impulsionados por mudanças biológicas, pressões escolares e sociais, e alterações no funcionamento do cérebro.
Especialistas explicam que, nesse período, a parte do cérebro responsável por processar emoções amadurece antes da região ligada ao controle e ao raciocínio lógico, o que pode tornar as reações mais intensas. Além disso, alterações hormonais e no sono contribuem para a instabilidade emocional.
Comportamentos como irritabilidade, isolamento ocasional, ansiedade social e variações emocionais são considerados comuns, desde que não afetem de forma significativa a rotina diária. Quando esses sinais passam a interferir no desempenho escolar, nas relações familiares ou sociais, pode ser o momento de buscar apoio profissional.
As dificuldades mais frequentes entre os adolescentes são o mau humor persistente e a ansiedade. Manter uma rotina com alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e sono regulado pode ajudar no enfrentamento desses desafios. Técnicas de respiração, atenção plena e discussões estruturadas sobre preocupações também são estratégias recomendadas.
Organizações que prestam suporte às famílias orientam que o diálogo aberto e contínuo com os filhos é essencial. Também indicam procurar a escola, que pode identificar comportamentos preocupantes e colaborar com o apoio necessário.
Sinais como automutilação, pensamentos suicidas, mudanças acentuadas no comportamento, alteração nos padrões de sono e alimentação e desistência prolongada de atividades prazerosas são indicativos claros para a procura de ajuda especializada.
No Brasil, o atendimento gratuito para situações de crise pode ser feito por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com unidades disponíveis em diversas regiões. Escolas e organizações comunitárias também podem ser pontos de apoio.
Os especialistas destacam que os pais exercem papel fundamental no processo de enfrentamento, mesmo quando os filhos já estão em tratamento. A convivência familiar contínua é parte relevante da rede de cuidado.