Live 8 – 20 anos de uma celebração internacional voltada a uma causa nobre

Em 02 de julho de 2005 um evento grandioso transmitido simultaneamente à diversas partes do mundo tinha como propósito não apenas levar música, entretenimento e cultura as pessoas mas paralelamente serviu para levantar fundos para nações africanas que por décadas sempre foi assolada pelo descaso, negligência e isolamento por parte de países ocidentais e alguns orientais. No mesmo ano foi celebrado o 20º aniversário do Live Aid (precursor do Live 8) no qual contou com a produção dos musicos Bob Geldof e Midge Ure com o mesmo intuito de auxiliar a sociedade africana, em específico a etíope contra a crise alimentar que sempre esteve presente na região. Um movimento para chamar a atenção do poder público e das potências internacionais com o viés de direcionar recursos para mitigar essas distorções sociais.

Para nos referirmos aos Live 8 precisamos voltar um pouco no tempo e mencionar o Live Aid. Sem este último certamente não existiria o sujeito que motivou o tema desse artigo. No dia 13 de julho de 1985 (Por isso a comemoração do DIA MUNDIAL DO ROCK) as apresentações ocorreram simultaneamente nos Estados Unidos e no Reino Unido. O certame contou com transmissão via satélite por meio de algumas emissoras, dentre elas a MTV que já existia em seu país de origem. As cidades que sediaram o evento foram Londres na Europa e a Philadelphia na América do Norte. Em específico os Estádios de Wembley e John Fitzgerald Kennedy, respectivamente. O concerto foi a transmissão televisiva por satélite mais ambiciosa já tentada até então.

Na Europa o sinal foi transmitido pela BBC, trazendo várias entrevistas e reportagens entre os shows. Devido às constantes atividades tanto em Londres quanto na Filadélfia, os produtores da BBC omitiram a performance de Crosby, Stills, Nash & Young de sua exibição. Vários canais da Europa retransmitiram o evento a partir do sinal da BBC.

A ABC foi a principal responsável pela transmissão nos EUA (embora a própria ABC só tenha exibido as últimas três horas do evento, com o restante sendo mostrado em parceria com a Orbis Communications). Uma transmissão simultânea em separado foi exibida em estéreo pela MTV. Enquanto a transmissão da BBC foi ininterrupta, tanto a MTV quanto a ABC incluíram comerciais entre os shows, cortando muitas das sequências do concerto.

20 anos após esse feito foi a vez de mais países estarem integrados junto ao Live 8. Com a mesma produção de Geldof e Ure o evento foi considerado um sucesso. Com o avanço tecnológico foi possível conectar bilhões de pessoas em todo planeta. Mais de 1000 músicos tocaram no evento, que foi transmitido em 182 redes de televisão e 2000 estações de rádio. Os organizadores apresentaram a “Live 8 List” (lista do Live 8) aos líderes mundiais no encontro do G8. Esta é uma lista de nomes de pessoas que apoiaram a causa colocando seu nome na página do evento. Os nomes da lista também apareceram nos telões em cada show durante a exibição. No Brasil, o live 8 foi transmitido pela MTV Brasil (Ainda sob administração do grupo Abril e quando ainda detinha de sinal aberto). A emissora cobriu boa parte das apresentações, transmitindo o evento por mais de 10 horas seguidas. Mais de 140 canais de televisão e cerca de 400 estações de rádio transmitiram os concertos que também ficaram disponíveis na internet e os organizadores acreditam que cerca de 2 bilhões de pessoas assistiram ao Live 8. Bob Geldof, disse que o evento deu aos organizadores um mandato sem precedentes para exigir o fim da pobreza extrema na África. Alguns dos grandes nomes da música pop subiram ao palco na Grã-Bretanha, Itália, França, Alemanha, Estados Unidos, Japão, Canadá e Rússia. Também houveram apresentações na Escócia e na África do Sul. Os locais que ocorreu o certame global foram: Hyde Park em Londres, Château de Versailles, No arredores de Paris, Siegessäule em Berlim (Próximo ao emblemático Portão de Brandemburgo), Circus Maximus na cidade de Roma, Benjamin Franklin Parkway, localizado na Philadelphia, Park Place no município de Barrie localizado na província de Ontário no Canadá, Makuhari Messe situado em Chiba no Japão, Mary Fitzgerald Square em Johannesburgo, África do Sul, Red Square (Praça Vermelha) em Moscou, Eden Project na Cornualha no Reino Unido e por fim no The Final Push em Edimburgo na Escócia.

O empreitada do Live 8, 2 anos depois motivou a realização do Live Earth com apelo mais ambiental e abrangendo mais países. Esse evento ocorreu em 07 de julho 2007 envolvendo 08 nações na organização das festividades e possuiu o objetivo de sensibilizar a opinião pública mundial sobre o aquecimento global. A organização promotora do evento foi a ONG Save Our Selves – SOS (Salvemos a Nós Mesmos). O Live Earth foi fundado por Kevin Wall, produtor executivo mundial do Live 8. Wall formou uma parceria com o ex presidente dos EUA Al Gore e a Alliance for Climate Protection. Os shows foram apresentados nos seguintes lugares: Giants Stadium em New Jersey, New York – EUA, National Mall, Washington, D.C.-EUA; Wembley Stadium em Londres, Reino Unido; Aussie Stadium em Sydney, Austrália; Praia de Copacabana no Rio de Janeiro; Coca-Cola Dome em Johannesburgo, África do Sul; Makuhari Messe em Tokyo; The Oriental Pearl Tower em Shanghai, China; HSH Nordbank Arena em Hamburgo, Alemanha e a basílica de São João de Latrão, em Roma, Itália. Contou também com participações no Rothera Research Station, estação científica britânica na Antártida. Em relação a transmissão os organizadores informaram que os shows foram transmitidos para mais de 120 canais de televisão e assistidos por mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Como pudemos notar, os eventos mencionados deixaram legados significativos. Independente de estilos musicais e propostas… Os meios de comunicação são importantes e fundamentais para atingir-se objetivos e dar publicidade ao mesmo. Ficam as lembranças… E vocês? quais festas ou festivais vocês curtiram (seja pela televisão, streaming ou presencialmente) que deixou saudades e legados em suas vidas?

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