A fissura pelo Pace: será que compensa?

Na corrida, como na vida, a gente precisa aprender a correr o próprio caminho e não o caminho do outro.

É comum ver amadores obcecados pelo pace. Querem baixar tempo, bater RP (recorde pessoal), correr cada vez mais rápido. E não tem nada de errado em querer melhorar. Ter metas é saudável, é motivador, é um motor que empurra pra frente. Mas… até que ponto?

Quantas vezes você já viu alguém se machucar tentando correr mais rápido do que devia? Quantas vezes você já viu alguém frustrado porque não conseguiu bater o tempo que queria e de repente perdeu o gosto por correr? A corrida, que era lazer, saúde e terapia, vira cobrança, obrigação e frustração.

Vale mesmo a pena?
Se você não é atleta profissional, se não vive disso, se a corrida é o que te equilibra e te fortalece, faz sentido correr contra você mesmo?

Talvez a pergunta não seja “como baixar o pace?”, mas sim “por que eu preciso disso?”.

É por superação? Por ego? Por comparação com os outros? Se a resposta for ego, talvez o que precise ser trabalhado não são as pernas, mas a cabeça. E isso é mais comum do que parece.

Correr 5, 10 ou 15 segundos mais rápido não vai mudar sua vida. Mas correr mais longe, com mais consistência e prazer… ah, isso sim transforma. Participar de uma prova longa, de uma ultramaratona, de um triathlon extremo como o Fodaxman ou Ironman, isso te ensina mais sobre você do que qualquer RP.

No fim, a corrida deve ser sobre evolução como ser humano, não sobre cronômetro.

Pace é só um número. O que importa de verdade é o que você sente quando cruza a linha de chegada, ou melhor,o que você se torna no caminho até ela.

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