Chegamos ao final de maio e o Brasil entra na segunda metade de 2025 com uma série de indicadores econômicos já postos à prova. O balanço parcial revela avanços relevantes, mas também aponta que o caminho até dezembro ainda exigirá ajustes, especialmente no campo fiscal e no controle da inflação.
O desempenho do PIB surpreendeu positivamente. Após crescer 3,5% em 2024, o Brasil manteve o ritmo com alta de 3,2% no primeiro trimestre deste ano. A principal força por trás desse avanço foi o consumo das famílias, seguido de perto pelo aumento dos investimentos privados.
Outro ponto positivo foi o mercado de trabalho. A taxa de desemprego caiu para 6,1% no fim de 2024 – a menor já registrada pelo IBGE. Isso refletiu uma recuperação consistente da ocupação e expansão da força de trabalho.
No campo fiscal, o governo conseguiu cumprir a meta de déficit zero em 2024, fechando o ano com superávit primário de R$ 24 bilhões. Esse feito foi possível graças ao crescimento da arrecadação e à disciplina nas despesas. As receitas líquidas do governo central passaram de 17,4% do PIB em 2023 para 18,4% em 2024, com projeções de aumento contínuo neste ano.
Apesar dos progressos, o controle da inflação ainda é uma pedra no sapato. O IPCA acumulado já bate 5,66% em 2025, ultrapassando o teto da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional. A política monetária segue apertada, com juros elevados para conter os preços — o que, por outro lado, freia parte do consumo e dos investimentos.
A dívida pública também segue como alerta. Embora tenha havido redução nominal no início do ano, o custo do endividamento permanece alto diante das taxas de juros. O novo arcabouço fiscal, aprovado em 2023, será testado à medida que o país busque manter os gastos sob controle sem comprometer áreas essenciais.
As previsões apontam para uma desaceleração. O Ministério da Fazenda revisou para cima a estimativa de crescimento do PIB em 2025, de 2,3% para 2,4%. Mas o segundo semestre tende a ser mais desafiador, com menor fôlego no consumo interno e incertezas no comércio exterior.
O Brasil chega à metade de 2025 com um saldo positivo, mas desigual. Metas como crescimento, emprego e resultado fiscal foram atingidas ou superadas. Porém, a inflação ainda preocupa e exige vigilância. O segundo semestre será decisivo para saber se a política econômica adotada conseguirá sustentar o equilíbrio entre responsabilidade fiscal e crescimento sustentável.