Quando o Esporte é tudo que resta e tudo que salva

Nem todo mundo que chega ao fundo do poço caiu por escolha, muitas vezes a queda começa silenciosa, seja um casamento que não deu certo, a morte de um pai, de uma mãe, a perda de um filho, de um emprego, de um rumo. Um trauma mal curado, ou um vício que começou como fuga e virou prisão.

A vida, às vezes, aperta e aperta de um jeito que machuca por dentro, sem deixar hematoma visível.

E é aí que entra o esporte, não como medalha, não como competição, mas como salvação.

Não é só sobre corrida, é sobre qualquer coisa que te faça levantar da cama e dizer “hoje eu fui.”

Pode ser uma aula de dança, uma pelada de final de semana, um funcional de praça, uma aula de zumba com música alta, um pedal com amigos ou uma luta pra extravasar.

O esporte reorganiza o corpo, mas primeiro ele reorganiza a alma, cria rotina, tira a gente de casa, faz suar, faz rir, faz esquecer a dor e depois, faz encarar ela de frente.

Nas clínicas de reabilitação, nas comunidades e nos projetos sociais, o esporte vem sendo usado como ponte: entre a dor e a esperança. Entre a culpa e o perdão. Entre o passado e o futuro.

Você não precisa ser atleta. Nem saber o que tá fazendo, precisa só começar.

Com medo mesmo, com vergonha, com pouca força, mas começar.

Porque o esporte não pergunta onde você errou, ele só te dá uma nova chance, todo dia.

Então se hoje tudo parece difícil, se você sente que ninguém entende o que você tá passando… tá tudo bem, respira, levanta devagar, dá um passo mesmo pequeno.

Não precisa correr, só não para, porque o fundo do poço pode até ter sido seu endereço… Mas não é sua morada.

E quando você achar que não tem mais nada, lembra disso:
Você ainda tem você. E o esporte tá aí de portas abertas pra te ajudar a se reencontrar.

O corpo volta, a cabeça clareia, o coração se alinha e a vida, aos poucos, volta a ter cor.

Vai no seu tempo, mas vai porque viver também é esporte e você ainda tá no jogo.

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