Esporte Escolar: O elo perdido na saúde dos adolescentes brasileiros.

Menos de 1 em cada 10 adolescentes brasileiros tiveram três ou mais aulas de Educação Física na semana anterior à pesquisa mais recente do IBGE (2019). Em 2015, esse índice já era baixo (11,3%), mas caiu ainda mais, para 8,9%. Isso significa que, em um país onde os jovens passam grande parte do tempo dentro das escolas, a prática esportiva tem ficado em segundo plano.

O tempo dedicado às aulas também diminuiu, em 2009, os alunos passavam em média 57 minutos semanais em atividades físicas, dez anos depois, esse número caiu para 48 minutos. Parece pouco, mas essa redução é significativa em uma fase da vida em que o movimento é essencial para o desenvolvimento físico e mental.

O reflexo está nos dados globais, a Organização Mundial da Saúde estima que mais de 80% dos adolescentes no mundo não cumprem a recomendação de 60 minutos diários de atividade física.

No Brasil, antes mesmo da pandemia, cerca de 84% dos jovens já estavam inativos e entre os que conseguem se manter ativos, a desigualdade de gênero é gritante, ou seja, apenas 18% das meninas atingem a meta de atividade semanal, contra 38% dos meninos.

E por que isso importa?

  • Porque o esporte escolar não é só lazer!

Diversos estudos mostram que ele melhora o foco, a cognição e o desempenho escolar. Além disso, fortalece valores como disciplina, resiliência, autoestima e socialização, essas são competências que nenhum livro ou tela de celular é capaz de substituir.

Outro fator é estrutural, ou seja, escolas com quadras, bicicletários, piscinas e incentivo a esportes coletivos oferecem mais oportunidades para os alunos se engajarem. Mas o cenário nacional revela carência de infraestrutura, desigualdade de acesso e, muitas vezes, falta de prioridade das próprias políticas educacionais.

Se quisermos um futuro mais saudável e produtivo, precisamos reverter essa curva de inatividade, e o sso passa por políticas públicas mais firmes, programas intersetoriais como o Programa Saúde na Escola (PSE), além do apoio de ONGs e institutos que já levam o esporte a comunidades carentes.

O Brasil tem potencial, mas está deixando escapar pelas mãos uma das ferramentas mais poderosas de transformação social, que é o esporte escolar.

Fontes:
• Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) – IBGE, 2019
• SciELO – Educação Física escolar e atividade física de adolescentes no Brasil
• OMS / OPAS – Atividade física insuficiente entre adolescentes
• UOL VivaBem – Benefícios dos esportes coletivos para adolescentes
• Jornal da USP – Atividade física melhora desempenho escolar
• IBGE Educa – Saúde dos adolescentes

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