Por: Aldiéres Silva
Somos influenciados a consumir produções americanas e européias. Isso há muito tempo. Nos últimos anos algumas coisas asiáticos também. E o continente africano? O que conhecemos dele?!
A música brasileira possui forte ligação não só com produções americanas e européias como também caribengas e africanas. O próprio samba, no início marginalizados foi um legado africano, assim como o tango na Argentina e Uruguai e o próprio Flamenco na Espanha e a Salsa no Caribe. Na África há o Semba, aqui o Samba… Se não estou enganado o Semba é muito forte no leste africano, na região de Moçambique.
Além do próprio Semba, temos o Afrobeat (Possui a versão instrumental e a eletrônica mais contemporânea). Se percursor foi o nigeriano Fela Kuti. Esse gênero surgiu na Nigéria. Em outras partes do oeste africano temos os cantores Ebo Taylor de Gana e Papa Wemba (Congo) (In Memoriam). Na versão contemporânea e mais eletrônica a nigeriana Yemi Alade.
Há o Afro House (Vertente da música eletrônica que entrou em ascensão no mundo em 2022) que ainda degustamos de trabalhos e sonoridades mais aguçados. Um expoente é o DJ sul africano BLACK COFFEE, quem ano passado esteve no Brasil em apresentação no Surreal Park em Camboriu. O proprietário do espaço e DJ Renato Ratier lançou um álbum com influências do Afro House, também ano passado. Dentre os principais hits está a faixa “Abençoado”. O afro house contém a batida clássica do gênero junto a adesão de dialetos e referências do continente. Vale salientar que durante o sucesso do Eurodance na década de 1990 tivemos alguns artistas caribenhos e africanos que fazem sucesso até hoje, casos de Haddaway (Trinidad & Tobago) e Rozalla (Zâmbia), respectivamente.
Temos também artistas pouco conhecidos aqui oriundos do continente. Temos o senegalês Youssour N’Dour (O mesmo que fez vocais com a afro sueca Neneh Cherry no ano de 1994 com o sucesso SEVEN SECONDS), vinda do Benim Angelique Kidjo (intérprete da música Batonga de 1991), o casal oriundos do Mali Amadou et Mariam (Nos anos 2000 fizeram uma participação na música do cantor franco espanhol Mano Chao, SENEGAL FAST FOOD), a cabo verdiana Cesária Évora (In Memoriam) (Já fez participação em música do francês Bernard Lavilliers com ELLE CHANTE) sem contar africanos classificados como árabes pois estão situados no norte do continente como o egípcio Amr Diab e os argelino Khaled e Cheb Mami. Os estilos musicais predominantes nessa parte do continente são o Raí, Chaab e Al Jeel. Ótimo para garotas dançarem dança do ventre e os rapazes apreciarem essa arte, tocando, dançando, batendo palmas ou curtindo. Em SP e em Itapetininga há locais para ser apreciado essa cultura. Em itapê temos o árabe no center park, em SP o Alibabar, Duna’s Bar, Al Maual e a Casa 1001 Noites.
Há o gênero Amapiano. Sua origem vem da África do Sul e mistura ritmos tribais, afro house, kwaito e o afrobeat. Surgiu nos anos 2000 e ganha fãs em todo o mundo com suas batidas suaves.
Onde curtir sons mais afros? Há uma festa mensal em SP chamada Afrolovers. Eles exploram muito a identidade afro descendente. No som ouvimos o R&B e sua vertente Charme, RAP/HIP HOP, Afrobeat, Afro house, Amapiano, Dancehall (vertente do Reggae) e música brasileira. Siga acompanhe agenda deles no instagram @afroloversoficial. Essa festa existe desde 2017 reunindo um compilado contemporâneo da Black Music.
Até a próxima leitores. Boa diversão e juízo.