¿Vamos a Bailar?

A música latina é contagiante. Desde suas canções, melodias letras que retratam alegrias espíritos vibrantes e aguerridos de sociedades marcadas por lutas, afirmações e felicidade. O gênero não é genérico e representam povos de diversos países. Desde a América do Sul à America Central, passando pelo caribe e chegando ao México, com algumas influências de imigrantes que habitam os Estados Unidos e partes do Canadá. Os principais gêneros que foram exportados ao mundo são a Salsa, o Merengue, o Mambo, o Vallenato, Cumbia, Reggaeton e também trabalhos voltados ao estilo andino tanto cantado como o instrumental. A sua ascensão ocorreu durante os anos 1990 e começo dos anos 2000. Existem lugares para curtir esses sons. Pretendo apresentar aos leitores e leitoras, mas antes irei buscar detalhar um pouco sobre esses estilos mencionados antes de apresentar as casas que tocam esses estilos para virar a noite ou talvez para quem preferir curtir festivais ou festas durante o dia e contemplar a chegada do por do sol de um domingo muitas vezes melancólico mas que com esse pano de fundo acaba sendo amenizado e alegre.

A Salsa surgiu em Cuba, antes da década de 1940, do gênero musical cubano chamado son montuno. O termo como conhecemos atualmente não existia na época e só passou a ser usado a partir da década de 1970 em Nova Iorque com a popularização do ritmo com a chegada de imigrantes na cidade cosmopolita. O movimento tem suas origens na cidade estadunidense, tendo posteriormente se espalhado pela América Latina e por todo o mundo ocidental. Contudo, tal musicalidade já era popular na metrópole décadas antes de sua explosão comercial. O epicentro de tal movimento cultural cada vez mais notório era o salão de dança “Palladium Ballroom”, que atraía algumas estrelas de Hollywood e da Broadway em aulas livres de dança.

O merengue é um tipo de música e dança na qual um dos pés marca o tempo e o outro é arrastado no chão. É bastante popular em vários países latinos tais como Porto Rico, Cuba, Panamá, México, Honduras, Guatemala, Equador, São Tomé e Príncipe, Venezuela e é a dança nacional dominicana. É também largamente conhecido em Angola já que a sua origem é africana e foi levado pelos escravos da África Austral para os novos territórios das Américas. O estilo mais popular do merengue é habitualmente interpretado por um amplo conjunto de instrumentos que inclui vários saxofones, acordeões, trompetas e teclados, com vocalistas divertidos. Ao nível coreográfico, o merengue apresenta passos fáceis e rápidos, dançados por casais entrelaçados.

Já o Mambo é um estilo musical e de dança originária de Cuba. Porém, bastante popular nos Estados Unidos. Sua história do tem início em 1937 quando os irmãos Cachão escreveram uma dança (estilo com origens na contradança espanhola e a contradança francesa) chamada “Mambo”, com o uso de ritmos derivados da música africana. A contradança chegou a Cuba no século XVIII, onde se tornou conhecida como danza. A chegada dos afrodescendentes Beatrizanos no final do século mudou a contradança, acrescentando-lhe o cinquillo (também encontrado em outro descendente da contradanza, o Tango argentino). A origem do nome se deu com uma pergunta típica feita pelos músicos afro estadunidenses: Estás mambo?, que, traduzindo, significa: Tudo bem contigo?

Bachata também conhecido com seresta, é um gênero musical e uma dança originada na República Dominicana na década de 1960. Considerada um híbrido do bolero (sobre tudo, o bolero rítmico) com outras influências musicais como o chá-chá-chá e o tango. O bolero ritmo latino-americano no período de 1930 à 1950 fazia o prazer do povo dominicano e, com esta influência, nasceu a bachata no final da década de 1950, mas apenas na década de 1980 foi reconhecido e lançada mundialmente a fim de aumentar o turismo na ilha.

O Vallenato é um gênero musical popular na Colômbia. Concentra-se principalmente na região caribenha do país, mais precisamente ao sul de Guajira, norte de Cesar e oriente de Magdalena. Vallenato significa literalmente “nascido no vale”. O vale que influencia este nome está localizado entre a Serra Nevada de Santa Marta e a Serrania de Perijá no nordeste da Colômbia. O nome também se aplica às pessoas da cidade de origem deste gênero, Valledupar — capital do departamento de Cesar. Em 2006, o vallenato e a cumbia foram adicionados como uma categoria no Latin Grammy Awards. Em dezembro de 2015 o gênero foi incluído na lista de patrimônio cultural imaterial da humanidade da UNESCO.

Também na Colômbia encontramos a Cumbia. Esse é um estilo típico nacional da Colômbia. De início, surgiu na região norte do país, na zona rural e somente depois chegou às grandes cidades. O ritmo se disseminou por todos ou quase todos os países falantes do castelhano na América Latina e, atualmente, é considerado um dos ritmos musicais mais populares na Argentina e no México. A cumbia é um estilo de música tradicional da Colômbia, e uma dança popular de distintos países latino-americanos. A Cumbia é um dos principais marcos da expressão africana na América, já que os “fundadores” foram descendentes de escravos colombianos vindos da África. A palavra cúmbia viria de cumbé, que significa festa. É originária da parte alta do vale do rio Magdalena (Colômbia), da zona geográfica denominada depressão Momposina, e mais precisamente da zona correspondente ao país indígena Pocabuy (inclusas as culturas das sabanas e do Sinú) que esteve conformado pelas atuais populações de El Banco, Guamal, Menchiquejo e San Sebastián no Magdalena, Chiriguaná e Tamalameque no Cesar y Mompós, Chilloa, Chimí, e Guatacá no Bolívar.

O Reggaeton possui suas raízes na música latina e caribenha. Seu som deriva do ritmo reggae em espanhol do Panamá, influenciado pelo hip hop, pela salsa e pela música eletrônica. Esse gênero musical surgiu no Panamá, tirado do estilo eletrônico e logo se popularizou em Porto Rico, Espanha e se espalhou pelo mundo. A maioria das músicas contém letras com conteúdo sexual, porém, existem temas pop, românticos, urbanos contando a realidade das ruas, das drogas e, claro, sobre festas e ostentação. Sua nomenclatura vem da junção das palavras “reggae” e “maratón” (“maratona”, nome que se dá a um concurso de rima típico do rap), proveniente da região do Caribe. O nome reggaeton só foi criado e se tornou proeminente entre 1994 e 1995, no Panamá, porém, começou a se espalhar já no início dos anos 1980 por lá. Músicos como El General, Nando Boom, Chico Man, Rene Renegado e Black Apache são considerados os precursores do estilo, já que misturavam reggae jamaicano com ritmos latinos. Em Porto Rico, iniciou como ritmo underground (clandestino ou não elitizado), com músicas de rap em espanhol com conteúdo forte, como Soy de la calle do porto-riquenho Vico C. A atração pelo rap deu origem a grandes músicas como “La Escuela” de Ruben DJ e “Gata Sanduguera” de Mey Vidal. A fusão do ritmo reggae com o rap em espanhol deu origem a uma fusão que foi evoluindo até o reggaeton de hoje.

A música andina é um termo que se aplica a uma vasta gama de gêneros musicais folclóricos, originadas na Cordilheira dos Andes, aproximadamente na área dominada pelos incas antes do contato europeu. Esta área inclui integramente a Bolívia, Equador, Peru, além de países como Colômbia e Argentina. É tocada com uma gama variada de instrumentos nativos. Em algumas regiões e países, caracteriza-se pela interpretação com instrumentos como a flauta de pã, a quena, o charango e o tambor. Em outros lugares, os instrumentos básicos são o requinto (espécie de cavaquinho com altas notas melódicas), o violão, o triplo (espécie de violão com notas agudas), e a bandola. Entre os artistas mais destacados desse estilo musical regional são incluidos os grupos bolivianos, peruanos e chilenos como Los Kjarkas, Savia Andina, Alborada, Illapu e Inti-Illimani.

Onde curtir esses sons? Após uma breve introdução apresento-lhes alguns locais mais próximos dos habitantes de Itapetininga e região. Em São Paulo há locais onde será possível aproveitar, bailar, apaixonar-te e ser feliz. Segue a lista de alguns: Azúcar Club Cubano, Velho Pietro, ¡Súbete!.

Azúcar: Para quem é mais tradicional e quer ouvir merengue e a salsa, uma opção é passar a noite no Azucar. O clube cubano, inaugurado em 2000, é um dos pioneiros em ritmos latinos na cidade. Além de abrir a pista para o público com DJs, o local também oferece aulas gratuitas de dança e apresentação de bandas em seu recinto. O espaço localiza-se em uma das ruas mais badaladas da Vila Madalena, a Aspicuelta. Ninguém fica parado ao ouvir ritmos como salsa, merengue, bachata e reggaeton. Além disso, banda com integrantes cubanos tocam no local. Na carta de bebidas, a casa aposta em drinques caribenhos, como mojito e daiquiri e piña colada. Vale a experiência. Siga-os no instagram e saiba mais sobre o local e a agenda dos mesmos: @azucarclublatino.

Velho Pietro: O centro latino Velho Pietro fica em um sobrado construído de 1932, com fachada preservada na Bela Vista, precisamente na tradicional rua 13 de Maio. Possui duas pistas de dança. O espaço surgiu com a ideia de transportar o público para países ao redor do continente, abusando de músicas típicas de países como Colômbia, Cuba, Peru e Porto Rico. No local há muita dança, alegria e espíritos renovados ao som da bachata, cumbia, salsa e reggaeton que se dividem nas caixas de som das duas pistas, junto a ritmos brasileiros como o forró. Siga-os no instagram e saiba mais sobre o local e a agenda dos mesmos: @velhopietro

¡Súbete!: A festa atrai um público mais jovem que gosta de rebolar ao som de reggaeton, trap latino e neoperreo (vertente do Reggaeton). A festa costuma ocorrer uma vez por mês, em endereços diferentes da capital. Nesta edição de outubro. O evento atrai mais gente do que apenas a comunidade colombiana e boliviana de São Paulo, mas é procurada também pelo público LGBTQIA+ brasileiro e demais públicos amantes de ritmos latinos. Siga-os no instagram e saiba mais sobre o local e a agenda dos mesmos: @subete_subete

Como vimos existem locais onde é possível aflorar aquele sentimento latino na hora de curtir, dançar, comemorar e ser feliz. Ritmos latinos não resume-se apenas a algumas coisas. A minha primeira experiência foi na Argentina, na cidade de Iguazú no ano de 2014 no extinto club Cuba Libre Disco Pub. Após a pandemia, o seu proprietário Nicolas Domacinovic transformou o espaço em um restaurante além de ter montado uma vinícola na cidade argentina. Na época além de ritmos eletrônicos e rock pude sentir como é contagiante o Reggaeton e a Cumbia. Espero que tenham gostado do artigo dessa semana. Nos encontramos na pista? ¡Hasta!

Compartilhe essa notícia