A estudante de Nutrição e atleta de corrida, Luísa de Barros Moraes, 18 anos, encontrou no esporte uma forma de superação pessoal e desenvolvimento. O início aconteceu durante a pandemia, quando passou a frequentar a academia para controlar o peso. Pouco depois, precisou passar por uma cirurgia e enfrentou complicações que a deixaram com dores e inchaço, mas decidiu continuar praticando atividade física, que se tornou parte fundamental de sua rotina e de sua formação.
Ainda em recuperação, começou a correr no condomínio. “O começo foi difícil, eu não conseguia correr nem dois minutos por conta das dores e da falta de preparo físico”, relata. “Com o tempo, a corrida deixou de ser só sobre emagrecer e passou a ser a minha válvula de escape.”
O esporte também trouxe mudanças no convívio social. Moraes afirma que, antes, tinha dificuldade em se relacionar. “Eu me escondia por conta do peso e do inchaço, até mesmo por quem eu era”, lembra. A prática, segundo ela, aumentou sua confiança.
Para a atleta, resultados consistentes não dependem apenas de motivação. “A disciplina e a dedicação precisam sempre prevalecer, porque sem isso a gente não mantém a constância.” O aprendizado, explica, também refletiu nos estudos. “Passei a ver que sou capaz de qualquer coisa desde que haja esforço para enfrentar as dificuldades.”
Moraes acredita que o esporte é uma ferramenta de inclusão. “Ainda falta muito para que todos sejam vistos além das suas deficiências, mas acredito que estamos caminhando para isso. Uma pessoa sem deficiência também tem dificuldades, e isso não define a capacidade nem o valor de ninguém.”
Nas primeiras competições, alcançou resultados expressivos. “Na primeira corrida que fiz em São Paulo fiquei em quarto lugar na categoria. Depois, subi ao pódio em outras provas na capital e em São Miguel.” Desde fevereiro deste ano, treina com a professora Eunice Lima. “Ela me deu todo o suporte e me ajudou a enxergar o melhor de mim.”
A estudante afirma que encontrou no esporte um propósito. “É combustível para melhorar cada dia mais. Fico feliz em ver a torcida e as mensagens que recebo de pessoas que me dizem o quanto se inspiram em mim. Mostrar que sempre existe uma alternativa para vencer é o que quero passar para todos.”
A fé, segundo ela, também sustenta sua trajetória. “Deus é a minha maior força. Ele me permitiu passar por adversidades, mas nunca me deixou faltar nada. Todas as vitórias são para a honra e glória d’Ele”, afirma. Como inspiração, cita o trecho bíblico de 1 Coríntios 9:24-27, que compara a corrida esportiva ao propósito de alcançar o prêmio eterno.