Atletas e comunidade esportiva prestam homenagens ao legado de Ficão em Itapetininga

Falar de saudade é como se nós folheássemos um livro de memórias em silêncio. Em cada página, revivemos palavras, sorrisos, abraços que um dia iluminaram nossos dias e hoje, estão guardados em nossos corações.

Para o empresário e atleta Charles Cortez, cada lembrança do Francisco Geraldo Silva, carinhosamente chamado como Ficão, fundador do Esporte Clube XV de Novembro de Itapetininga e falecido no dia 14 de agosto, aos 86 anos, é um pedaço da saudade que fica no coração.

Charles iniciou a conversa contando que a história dele com o XV de Novembro de Itapetininga começou em 2016, quando participou de uma corrida e viu toda a equipe de verde.

“Fiquei curioso, passei perto e lá estavam, o Ficão e companhia. Uma amiga, a Michelle foi quem me apresentou à equipe no XV e assim começou a minha trajetória com o pessoal. Atentamente, eu ouvia o Ficão dando dicas para mim, incentivando e brincava dizendo. Corre, pois vem vindo outro atrás. Eu olhava para ver e não tinha ninguém. Era uma forma de não deixar o atleta desistir no final”, disse Charles.

Aos poucos, Charles foi convivendo e adquirindo o espaço, amizades, tomando gosto pela corrida. “O Ficão e o Djalma sempre me incentivando e com isso a confiança aumentava em praticar o atletismo. Uma forma de tratar o atleta da equipe sempre positivamente, independente de qual a distância ou estilo de provas. Eu sempre gostei do desafio e fui aumentando as distâncias e obstáculos. E os dois, sempre me apoiando. A cada desafio, eu levava a medalha ou troféu para o grupo e fazia questão de registrar uma foto com o Ficão e o Djalma. Sempre tive comigo. Nada mais justo em dividir a conquista”, explicou Charles.

Ainda segundo Charles, o amigo Ficão tinha o hábito de chamá-lo de “maratonista maluco”. “Quando fui para o meu maior desafio, uma ultramaratona de 235 km e completei a prova, lembro que eles me disseram. ‘Parabéns, mas você é louco’ no sentido de força, de perseverança e de determinação. Eu como sempre, agradecia e registrava o momento com a foto”, disse emocionado.

Com mais de 50 anos de dedicação ao esporte, Ficão, foi um exemplo de atleta na modalidade. Reconhecido por todos como um dos maiores colaboradores do esporte de Itapetininga. Sempre muito respeitado no meio esportivo, principalmente por aquelas pessoas que tiveram a oportunidade de fazer de suas equipes no futebol ou no próprio pedestrianismo. Entre as provas. Ficão chegou a participar de mais de 30 provas da São Silvestre.

No último domingo, dia 24, Ficão foi homenageado na 3ª Etapa do Correr e Caminhar com Saúde, promovida pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, que nesta ocasião, foi em parceria com o Tiro de Guerra de Itapetininga e contou com mais de 900 atletas.

Assim que terminou a corrida, Charles Cortez percorreu um trajeto na rua e dentro do pátio do TG com uma bandeira estampada com a foto do Francisco. “Ao conduzir a bandeira, tinha vários sentimentos: de gratidão em representar a equipe, de saudade e de prazer em fazer parte desse legado deixado pelo Ficão”, destacou Charles, que correu a prova de 10 km.

Completou a conversa dizendo. “Eu só tenho a agradecer ao XV de Novembro de Itapetininga por ter mudado minha vida para melhor, através do esporte, onde ganhei qualidade de vida, amizade e família. Sou eternamente grato ao Ficão, por ter criado e deixado esse legado, agora consequentemente mantido pelo Djalma, pela Bia e pela família XV”, falou.

Para outra atleta do XV de Novembro, Gizelda Shimada, o senhor Francisco Geraldo, que para ela será o eterno senhor Fico, algumas cenas ficarão para sempre na memória. “Sempre ali esperando nos treinos, nos incentivava e dava conselhos. Será mim, sempre exemplo de força fé e determinação a ser seguido”, disse.

Para a empresária e atleta, Thelminha Manucci, que é amiga pessoal da família do Ficão, ela resumiu em algumas linhas.
“É impossível falar do esporte em Itapetininga, sem mencionar o Sr. Fico…
É impossível falar de corrida de rua, sem mencionar o Sr. Fico…
É impossível falar de jovialidade, acolhimento, fé e amor, sem mencionar o Sr. Fico…
Sim, o Sr. Fico e toda a sua família foi um presente de Deus na minha vida!
Em todas as corridas, Sr. Fico me dava a benção, um suspiro e me tirava muita risada…são memórias que ficarão pra sempre em meu coração!
As memórias ficam, os aprendizados ficam, e o legado também…Djalma, Bia estão aí para provar isso!
Com a fé de Deus, a proteção de Nossa Senhora e apoio e a luz do nosso eterno Ficão!

O legado em dar continuidade às corridas de rua foi o tema de uma conversa entre pai e filho, quando no hospital, Djalma tratava de um câncer. Curado, ele prometeu que, iria reforçar o tradicional grupo de pedestrianismo XV de Novembro e, assim, o desejo de seu pai foi realizado. Novas páginas começam a ser escritas. Agora, pelo filho Djalma Lúcio Monti da Silva.

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