A redução de peso corporal exige atenção à preservação da massa muscular. Segundo especialistas, durante o processo de emagrecimento, o corpo tende a economizar energia e, em situações de déficit calórico acentuado, pode utilizar os músculos como fonte de energia, o que compromete a saúde e a composição corporal.

O médico do esporte Páblius Braga, do Hospital Nove de Julho, explica que o déficit calórico, gastar mais calorias do que se consome, deve ser feito com equilíbrio. A recomendação é que a redução fique em torno de 300 a 500 calorias por dia, associada a alimentação balanceada e prática de exercícios físicos.

“A ideia é que o corpo use os estoques de gordura, não os músculos. O excesso de restrição pode levar à perda de massa magra e dificultar a manutenção do peso a longo prazo”, afirma a metabologista Elaine Dias, doutora em endocrinologia pela USP.

Para evitar essa perda, a hidratação adequada e o consumo de proteínas são considerados pilares. A recomendação da Sociedade Internacional de Nutrição e Esporte é ingerir entre 1,4 e 2,0 gramas de proteína por quilo de peso corporal por dia. Além disso, cerca de 70% da composição muscular é água, o que reforça a importância de manter o organismo hidratado.

Atividades físicas, especialmente os exercícios de força como a musculação, também são indicados para preservar ou até aumentar a massa muscular durante a redução de peso. A prática regular contribui para o equilíbrio metabólico e a prevenção de doenças crônicas.

Os especialistas destacam ainda que o planejamento deve considerar a rotina individual e evitar cobranças excessivas. “É preciso que o processo respeite a realidade da pessoa e não gere estresse adicional. O resultado deve vir com qualidade de vida”, conclui Braga.