As artes cênicas são incríveis. Nela é possível criar, adaptar, reproduzir e se encantar. Não resume-se apenas a televisão, cinema, teatro ou streaming, mas ao cotidiano. Seria a vida o reflexo das artes cênicas ou pode-se afirmar que seria o processo inverso?
Nas artes cênicas há diversos profissionais que levam ao público a arte de interpretar… Os principais são atores, atrizes e coadjuvantes porém há os bastidores que são fundamentais para o sucesso dos espetáculos. Diretores, contrarregras, auxiliares, produtores, dramaturgos, roteiristas, figurinistas, maquiadores, etc. Uma cadeia que movimenta um sistema. Geram-se empregos e formam-se opiniões, caráter e cidadãos ativos. Recentemente estive em um workshop voltado a direção teatral promovido pelo SESI Itapetininga em parceria com a Candiotto Produções. Quem ministrou a atividade foi a atriz, produtora, dramaturga e diretora Carla Candiotto, que possui em torno de 30 anos de experiência na área de direção e que compartilhou sua vasta experiência com os presentes.
O início da atividade contou com bate papo informal juntamente a atividades corporais para conhecermos a nós mesmos antes de mergulharmos nesse universo. Isso é importante, afinal conseguimos identificar detalhes muitas vezes despercebidos… Carla argumenta que “não há direção sem estudo”. Para a dramaturga é importante uma pesquisa aprofundada para poder enxergar em nossas mentes a materialização dos trabalhos antes e colocarmos em prática. Para a artista é fundamental a construção de um “insconsciente coletivo”, segundo a mesma isso ocorre “quando não nos prendemos e deixamos as coisas fluírem”. Ela ressalta que o diretor sempre precisa se auto questionar, como por exemplo: “Eu entendi isso? Estou entendendo essa proposta? Isso está claro para mim, para os atores e para o público?”. A diretora complementa ser essencial gerar respeito e questionamentos para o público e elenco. Candiotto finaliza que são necessários “criar competições saudáveis” entre o casting. Quando o trabalho envolve atrações humorísticas é importante ser levado muito sério pois necessita-se de uma base e raiz.
Pude entender durante a oficina que “antes de errar o caminho, é necessário que a direção mostre o erro e direcione o caminho assertivo, porque muitas vezes o elenco não sabe que está cometendo erros”. Destaco as aspas de Carla para compreender a dedicação e sucesso de qualquer empreendimento que façamos são necessários seriedade e “cargas energéticas” em busca do êxito. O foco também é importante. Deixar o ego de lado. “juntar ideias nos ajuda a sermos melhores ouvintes”. “A profissão é intensa. Necessita-se de estudos constantes. Para nos encontrarmos é fundamental a compreensão de nossas poesias…” afirma.
Só tenho a agradecer pela oportunidade. Fico feliz que mesmo timidamente surgem divulgações de atividades artísticas na cidade. Como mencionado por uma integrante do workshop: “É necessário desmistificar a arte e deselitizar-lá para assim chegar a novos públicos, criar novos formatos, não ficar nichado e não correr o risco de não haver uma continuidade de todo o processo!” Ganham-se todos com esse movimento. Não apenas o teatro! A televisão já segue esse fluxo, resta agora o cinema e o streaming entenderem essa necessidade.
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