Olá estimados leitores da minha coluna semanal, essa ainda é uma coluna sobre Psicologia e também sobre Educação, essa semana escolhi falar sobre um dos assuntos do momento: bebês reborn. O fenômeno dos bebês reborn, (bonecos hiper-realistas que simulam a aparência de recém-nascidos), vem gerando significativos debates nos campos da Psicologia e da Educação. Inicialmente criados para colecionadores, esses bonecos ganharam novos significados, especialmente entre adultos que os adotam como objetos de conforto emocional, ajudando a superar situações delicadas como luto, infertilidade, solidão ou traumas diversos. Do ponto de vista psicológico, esses bonecos podem funcionar como objetos transicionais, um conceito proposto por Donald Winnicott¹, representando uma espécie de ponte entre o mundo interno do indivíduo e sua realidade exterior. Nesse sentido, cuidar de um bebê reborn pode facilitar a elaboração emocional de perdas profundas, oferecendo um meio simbólico para processar dores internas e ressignificar vivências difíceis. Contudo, há limites importantes a serem considerados. Quando a relação com o bebê reborn passa a substituir vínculos reais, interferindo significativamente nas interações sociais e nas atividades cotidianas, é possível que esteja ocorrendo uma fuga emocional, uma tentativa inconsciente de evitar a realidade e o enfrentamento saudável das emoções. Nesses casos, o acompanhamento psicológico torna-se fundamental para auxiliar o indivíduo na compreensão de suas necessidades emocionais mais profundas e promover uma transição gradual de volta à realidade interpessoal e afetiva. No contexto educacional, a utilização dos bebês reborn pode ser incorporada positivamente em práticas pedagógicas que enfatizem a empatia, o cuidado e a responsabilidade emocional. Entretanto, é crucial estabelecer limites claros para evitar confusão entre fantasia e realidade, especialmente em crianças e jovens em desenvolvimento emocional. Educadores devem estar atentos para garantir que o uso desses bonecos seja construtivo e temporário, servindo como complemento educacional, jamais como substituto definitivo das relações humanas reais. Em síntese, bebês reborn podem ser ferramentas válidas e terapêuticas, desde que utilizadas de maneira consciente, equilibrada e sob orientação profissional adequada. Cabe à Psicologia e à Educação atuarem conjuntamente, fornecendo orientação clara e intervenções quando necessárias, garantindo assim que os benefícios emocionais sejam alcançados sem comprometer a saudável interação com o mundo real.