Amor e paixão: o que a psicologia nos ensina sobre o equilíbrio nas relações afetivas

O Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho no Brasil, costuma despertar uma série de reflexões sobre os sentimentos que unem duas pessoas. Nessa época, é comum vermos declarações apaixonadas, trocas de presentes e juras de amor eterno. No entanto, sob o olhar da psicologia, é importante distinguir dois conceitos frequentemente confundidos: paixão e amor. Embora ambos estejam presentes nos relacionamentos, compreendê-los em suas especificidades pode contribuir para relações mais saudáveis, maduras e duradouras. A paixão, segundo a psicologia, é um estado emocional intenso, caracterizado por idealização, desejo e excitação. Trata-se de uma experiência avassaladora, geralmente associada ao início de um relacionamento. Nesse estágio, o parceiro é visto quase como perfeito, e os defeitos são minimizados ou ignorados. O cérebro, nesse período, libera substâncias como dopamina, serotonina e noradrenalina, que produzem sensações de prazer e euforia. A paixão, portanto, é química, visceral, encantadora, mas também temporária. Já o amor, em sua concepção psicológica, vai além da emoção intensa. Trata-se de um vínculo afetivo construído ao longo do tempo, com base no respeito, na confiança, na admiração e no cuidado mútuo. É uma escolha diária que exige esforço, empatia e responsabilidade emocional. O amor verdadeiro não ignora os defeitos do outro, mas os reconhece e decide conviver com eles, dentro de limites saudáveis. Ele acolhe a realidade e constrói caminhos de parceria e crescimento conjunto. Namorar, por isso, é uma fase importante, pois permite que o casal se conheça em diferentes contextos: momentos de alegria, conflito, vulnerabilidade e conquistas. É nesse estágio que a paixão costuma estar mais presente, iluminando os encontros com entusiasmo e desejo. No entanto, é na convivência prolongada (seja no casamento, seja em um relacionamento duradouro) que o amor precisa se desenvolver para sustentar o vínculo. A convivência, por sua vez, representa um dos maiores desafios das relações. Nela, enfrentam-se as diferenças de hábitos, opiniões, manias e expectativas. A idealização do outro é substituída por uma visão mais realista, e é nesse ponto que muitos casais se desestruturam. No entanto, quando há maturidade emocional, diálogo aberto e disposição para ceder, esses desafios se transformam em oportunidades de crescimento afetivo. O amor se fortalece à medida que o casal supera juntos os obstáculos da vida cotidiana. A psicologia também alerta para a importância de não projetarmos nossas frustrações no parceiro. Cuidar das próprias emoções, cultivar o autoconhecimento e manter uma comunicação não violenta são atitudes fundamentais para evitar mágoas desnecessárias. Amar alguém é também assumir a responsabilidade de não ferir intencionalmente, de respeitar os limites e de construir uma relação baseada na verdade. Neste Dia dos Namorados, é válido celebrar o encanto da paixão, mas também é essencial lembrar da importância de cultivar o amor com maturidade. Relações saudáveis não se constroem apenas com flores e presentes, mas com presença, escuta, empatia e compromisso. Paixão pode ser o começo, mas é o amor (sustentado pelo equilíbrio emocional) que garante uma jornada a dois com mais sentido e profundidade. Dito tudo isso, te amo Camila a senhora do bem.

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