Dia Mundial do ROCK. Temos algo a comemorar na cena?

No último domingo dia 13 foi comemorado internacionalmente o DIA MUNDIAL DO ROCK. Essa data simbólica faz uma alusão ao evento global Live Aid de 1985, que por sinal em Maio escrevi um artigo sobre o mesmo atrelado ao Live 8 de 2005. O evento da década de 80 completou 40 anos e o de 2005 20 anos consequentemente. Hoje em dia ainda é possível enxergar legados de todo esse movimento. O Rock não surgiu nesses períodos mencionados. Os primeiros relatos datam entre as décadas de 1950-1960 porém a explosão midiática ocorreu a partir de 1980. Em 2025 tanto no Brasil quanto no mundo, temos o que comemorar?

É notório que no passado muitas músicas e filosofias nos encantaram e ainda continua desempenhando esse serviço. Atualmente o underground do gênero permanece com essa tarefa já que o mainstream, pelo menos no Brasil não segue o mesmo fluxo. É fato que, conforme mencionei no artigo relacionado a MTV BRASIL, ela foi a responsável por difundir a cultura rocker… Ela não está presente apenas na música mas há influências na moda, comportamento, atitudes e posicionamentos sociais. Uma indústria que mesmo assim movimenta milhões ao redor do mundo. Criou-se no decorrer do tempo uma paixão em torno do gênero, desde sons mais pesados do heavy metal aos mais melódicos e tranquilos do soft rock (pop rock) e algumas fusões que podemos notar de leve, exemplos do sertanejo e forró no país com os seus arranjos e melodias e também o country nos Estados Unidos. Por questões mercadológicas a força do movimento foi perceptível até o final dos anos 2000, já que na década passada (2010) outros estilos musicais acabaram ocupando os espaços midiáticos não só nacionalmente mas também no exterior. Ainda há uma resistência, consumidores ativos e estabelecimentos temáticos, que dá uma sobrevida a letras de críticas sociais e sonoridade que nos envolvem, assim como também ocorre com o hip hop, música eletrônica e outras nuances que certamente foram influenciadas pelo Rock.

O processo de surgimento do rock veio após ao apogeu do Jazz e do Blues nos Estados Unidos. O Rock estadunidense é bem marcado. Principalmente através do surgimento do Grunge e pós Grunge porém o formato mais famosos são os europeus, em específico o britânico que viu nascer bandas como Beatles, Rolling Stones e que ganhou força nos anos 80 com as vertentes New Romantic, New Wave e Synth Rock (Já com a introdução de sintetizadores e surfando nos primeiros sons embrionários do início da música eletrônica). Durante a década de 90 veio mais forte o movimento do Britrock com bandas com o OASIS e BLUR e nos anos 2000 com a força do indie rock dos escoceses do Franz Ferdinand entre outros… No Brasil o rock explodiu. Os brasileiros viram surgir bandas entre 1980-1989 como Kid Abelha, Titãs, Barão Vermelho, Legião Urbana, RPM, Tokio, Sepultura, Ratos do Porão, para citar alguns. Entre 1990-1999 foi a vez dos Raimundos, Skank, Charlie Brown Jr., Mamonas Assassinas, Nação Zumbi, Los Hermanos, Detonautas e etc. E com menor força nos anos 2000 com o surgimento de Pitty, Fresno, Matanza, Tihuana além do movimento Emo (góticos dos anos 2000 com algumas peculiaridades que diferem dos seus inspiradores) e do happy rock (new wave dos anos 2000 com características similares aos precursores do estilo). Este último tiveram seus fãs mas acabaram sucumbindo e não tendo uma longevidade considerável em decorrência de uma falta de habilidade de produtores e mídia que ao invés de prepararem o terreno, como feito em décadas passadas conduziu com ansiedade e excesso de visibilidade no qual “cansou” comercialmente o sub gênero.

Ainda é possível curtir por aí, independente onde nós moramos (felizmente). Muitos bares, restaurantes e festas em geral que ainda possuem atrações para um público sedento de música e sempre com figurinos fashions que já ditou tendências e na vida noturna ainda ditam, de certa forma. O rock está presente em algumas músicas de outros estilos, assim como outros estilos também surgem em alguns trabalhos desses artistas. Um exemplo mesmo foi o álbum POP dos irlandeses do U2, que em 1997 e a cultura clubber e o house ganhando força no mainstream, resolveram “brincar” e produziram algo diferente do que já estamos acostumados na sonoridade desses músicos. A crítica especializada não recebeu com bons olhos essa então ousadia… Porém comparado a muita coisa que somos submetidos nacionalmente e internacionalmente hoje em dia eles iriam rever certos conceitos e não digo aplaudiriam mas haveria uma razoabilidade com relação ao cenário desolador atual, com exceção do underground que ainda resiste e principalmente novos talentos que infelizmente não conseguem espaços mais amplos na mídia mas que brilham na noite, seja em bares, restaurantes, festas e até mesmo festivais… No Brasil viver de cultura e música sempre foi desafiador, principalmente hoje com uma presença massiva de projetos, vertentes, artistas e etc. O lado bom é que há opções, porém com relação a público é triste ver alguns locais vazios por diversos fatores. Alguns ainda se sobressaem e conseguem mitigar isso. Outros “aposentaram-se” em decorrência a muitas situações tangíveis e intangíveis. Sinal dos tempos…

Desejo a todos uma excelente semana e final de semana. Seguimos firmes em prol das cenas que amamos para não ver o seu declínio. Sejamos abertos para encarar diversas mesclas que permite a sobrevivência dos mesmos. Sempre com propósito e filosofias notáveis para que paixões sejam naturais e não pré-fabricadas, como o vazio que nos é empurrado de um contemporâneo esquisito em diversos aspectos. Até breve e cuidem-se!!!

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