Neste fim de semana vivi uma experiência que vai além do esporte, participei do Fodaxman Solo Point Five, uma prova que já entrou para a minha história. Hoje entendo por que esse triathlon está entre os mais bonitos do mundo e por que figura entre os mais difíceis.
Foram cerca de 90 atletas, vindos de cinco países, todos em busca de algo maior do que simplesmente cruzar uma linha de chegada. O clima não era de multidão, mas de irmandade. Ali, cada um sabia que estava diante de um desafio que exige respeito, corpo e alma.
A natação:
Um mergulho na história!
A jornada começou às 6 da manhã, nas águas frias da represa do Rio São Bento, em Siderópolis. Dois mil metros cercados de montanhas, no silêncio quebrado apenas pelo som das braçadas. Ali, sob as águas, repousa a imagem de uma igreja submersa, lembrando que não estamos apenas nadando, mas atravessando também um pedaço da história da região.
O ciclismo:
A muralha chamada Serra com 87 km de estrada, que culminam com a subida da mítica Serra do Rio do Rastro. A cada curva fechada, a cada parede de pedra, a Serra parece nos perguntar: “Você tem certeza que pertence a este lugar?” E é aí que o triatleta responde com esforço, suor e resiliência. Subir a Serra pedalando não é apenas um ato físico, é uma conquista emocional, é gravar na memória um cenário que está entre os mais impressionantes do planeta.
A corrida: no coração do vento
A corrida de 22 km foi realizada no alto da serra, dentro do parque eólico. Correr entre aquelas torres gigantes, que parecem hélices de um helicóptero tocando o céu, é algo surreal. O vento cortando o rosto, o horizonte aberto em todas as direções e a sensação de estar correndo literalmente no topo do mundo. É ali que o corpo já cansado encontra forças na imensidão da paisagem.
Um capítulo, não um ponto final:
Não finalizei a prova, faltaram 5 km para terminar a Serra. E só quem já pedalou aqueles 87 km sabe o que isso significa. Carrego comigo não a frustração, mas o privilégio de ter vivido um dos dias mais intensos da minha vida esportiva.
E aqui fica a promessa que em dezembro estarei de volta, para encarar a distância full, porque a Serra do Rio do Rastro não é apenas um obstáculo, ela é um chamado! E eu já atendi.
O Fodaxman não é apenas um triathlon extremo, é uma jornada de autoconhecimento, respeito à natureza e superação. Uma experiência que transforma, mesmo quando não termina na linha de chegada.