Tem gente que treina no silêncio, ouvindo apenas o som da respiração, do vento, das passadas.

Mas tem também quem só “entra no clima” depois que o play começa e a música vira combustível pra alma, motor pro corpo e escudo pra mente.

A verdade é que a música tem um poder enorme sobre o ser humano, ela muda o humor, desperta emoções, melhora o foco, alivia o estresse e até ajuda no rendimento físico. Quem nunca colocou aquele som pra cima, sentiu o corpo reagir e saiu pra treinar com outra energia?

Não importa se é o iniciante dando as primeiras passadas na caminhada ou o ultramaratonista encarando dezenas de quilômetros, a música é companheira de todos, ela embala, inspira, distrai da dor e faz o tempo passar mais leve.

Estudos mostram que ouvir música durante o treino ajuda a manter o ritmo cardíaco mais estável, reduz a percepção de esforço e até melhora a coordenação motora.

Mas o curioso é que nem sempre ela pode estar presente, pois muitas provas de triathlon, maratona ou ultramaratona, o uso de fones é proibido por questões de segurança, afinal, o atleta precisa ouvir avisos, carros de apoio, fiscais e outros competidores. Nessas horas, entra o desafio mental, aprender a correr com o próprio som interno, com os pensamentos, com a respiração, com o coração batendo no ritmo da superação.

É aí que o silêncio se torna a trilha mais poderosa de todas.
Porque no fundo, quem aprende a se concentrar no próprio corpo descobre que o ritmo da vida também pode ser música, o som do passo firme, o vento cortando, a água batendo, o pneu girando.
É a sinfonia natural do esporte.

A música pode estar no fone, mas também pode estar na alma, ligando atleta ao seu estado mais puro de presença, aquele momento em que corpo e mente se entendem, sem precisar de palavras.

É por isso que tem dias que um treino com música salva, e outros que o silêncio ensina.

Cada um encontra o seu ritmo e o importante é se mover, sendo com rock, samba, eletrônica, sertanejo, louvor, ou só com o som da natureza, pouco importa, pois o que vale é sentir o coração pulsar e deixar o corpo seguir no compasso.

Porque, no fim das contas, viver bem também é um esporte
e todo esporte tem a sua trilha sonora.