Na última sexta-feira tive a honra de participar da SIPAT no AME, compartilhando um pouco da minha caminhada e daquilo que acredito de coração, que é o esporte como ferramenta de transformação.
Na palestra, trouxe uma reflexão dura, mas necessária. Estamos vivendo tempos em que muitas pessoas já não estão vivendo, apenas sobrevivendo. Vejo homens e mulheres com apenas 30 anos de idade sem brilho no olhar, sem motivação, sem amor pela própria vida. Pessoas aprisionadas pela depressão, pela ansiedade, pelas crises de pânico. Outros tentam preencher o vazio em excesso de comida, no álcool, em vícios que corroem a saúde e a alma.
E, quase sempre, a saída mais fácil é colocar a culpa em terceiros (na família, no trabalho, no mundo, em qualquer coisa que justifique a dor).
Mas a verdade é que a mudança não acontece fora, ela começa dentro. É quando decidimos olhar para nós mesmos, assumir as rédeas da nossa vida e dar o primeiro passo que a transformação se inicia.
É aí que o esporte mostra sua força. Ele não é um milagre que resolve todos os problemas, mas é um caminho que ensina disciplina, resiliência e fé em si mesmo. Cada treino é uma pequena vitória, cada corrida, pedalada ou braçada é um ato de resistência contra a apatia e a desistência. O esporte devolve autoestima, renova a energia e mostra que sim, é possível recomeçar.
Falei ao público do AME que o verdadeiro pódio não é aquele de uma prova com medalha no peito, o verdadeiro pódio é quando alguém encontra forças para levantar do sofá, amarrar o tênis e sair para caminhar. É quando uma pessoa deprimida descobre que ainda pode sorrir. É quando alguém percebe que não precisa apenas sobreviver, mas pode, de fato, viver.
E Itapetininga tem mostrado esse movimento, seja nos grupos de corrida, nas academias, nas praças, vejo cada vez mais pessoas escolhendo se cuidar, buscar saúde e esperança. Esse é o legado que o esporte deixa, ou seja, uma cidade mais ativa, mais saudável, mais viva.
Saí da SIPAT renovado pela troca, pela energia daquela equipe que me recebeu de braços abertos. Levo comigo a certeza de que cada palestra, cada conversa, cada testemunho pode acender uma chama nova em alguém.
E é por isso que sigo, com fé em Deus, com o apoio da minha família, dos meus patrocinadores e de todos que torcem por mim.
Porque, no fim das contas, vencer não é chegar em primeiro lugar, vencer é não desistir da vida. E é esse o legado que o esporte me ensinou a carregar e espalhar por onde eu passo.



